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W3C na Escola de Governança da Internet no Brasil

W3C na Escola de Governança da Internet no Brasil

O W3C Brasil participou do curso de curta duração da Escola de Governança da Internet no Brasil, com uma atividade interativa com os alunos para mostrar a importância da Web na evolução da Internet.

Na terça-feira, dia 12 de agosto, o W3C Brasil ministrou a atividade World Wide Web e Internet das Coisas no curso da Escola de Governança do Comitê Gestor da Internet do Brasil. Falou-se sobre a importância da Web no ecossistema construído pela Internet, começando pela frase que resumiu o encontro, como bem disse na abertura do Workshop o gerente do escritório brasileiro do W3C, Vagner Diniz,

“A Internet são os trilhos, a Web é a locomotiva. Um não faz sentido sem o outro.”

Assim, mostrou-se que a Web é responsável por puxar o desenvolvimento da Internet justamente porque ela é a parte da rede que interage com o ser humano. É a parte que depende das pessoas para funcionar, porque permite, através do browser, que as pessoas compartilhem na rede os seus anseios, necessidades, vontades e até sentimentos por meio da entrada de dados.

Começamos com a atividade liderada por Reinaldo Ferraz. A ideia era “desligar a web” e deixar as pessoas procurarem em enciclopédias e em mapas alguns endereços e informações de maneira “offline”. Os participantes tiveram que encontrar informações como: a Araponga da Horta; o Gato-Açú e o Udú de coroa azul sem usar buscadores como Google, Yahoo!, DuckduckGo?, entre outros. A segunda atividade consistia em localizar ruas, traçar trajetos entre dois pontos da cidade e encontrar endereços de hotéis e restaurantes na cidade. Tudo isso utilizando material analógico, como enciclopédias, mapas, guias de ruas, restaurantes e hotéis. Reinaldo mostrou de forma lúdica a diferença entre Internet e Web e a importância da Web para o dia a dia do usuário.

Após compreender, na prática, a diferença entre Internet e Web, os participantes puderam visualizar o gráfico da Linha do Tempo da Web. Yasodara Córdova pediu aos alunos para interagirem de maneira a formar um infográfico “offline”, colando bolinhas de cores diferentes no gráfico de acordo com a resposta a perguntas específicas. Ao perguntar: qual foi o primeiro browser que você usou pra navegar na Web; qual foi a primeira galeria de imagens vista na Web; qual foi a primeira compra feita pela Web; qual foi o primeiro buscador que você utilizou. Com isso, foi possível perceber a relação dos usuários com os padrões desenvolvidos pelo W3C.

Linha do Tempo antes da dinâmicaNa sequência, Yasodara revelou, na linha do tempo, os acontecimentos históricos da Web: sua criação, o primeiro navegador, a criação do CSS, RDF, HTML5, outras tecnologias e padrões, que incluem atividades importantes do escritório brasileiro, como sua inauguração em 2007, a primeira conferência Web W3C Brasil em 2009 e a primeira edição do Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web em 2011.O resultado, além de mostrar de forma visual a relação entre as ações que os usuários realizaram utilizando a Web e as datas de lançamento das tecnologias pelo consórcio W3C, pôde tornar claras as relações entre o surgimento das tecnologias e o acesso e autonomia que os seres humanos adquiriram, ao longo do tempo, para interagir com conteúdos da Internet sem depender de conhecimentos avançados. Fica claro, na linha do tempo, que a Web é uma plataforma disruptiva, aberta e de fácil aprendizado, da qual a humanidade se apropriou para melhorar as ferramentas de convivência na sociedade tecnológica da atualidade.

Linha do tempo da WebFinalmente, Yaso também explicou sobre a Internet e a Web das Coisas de maneira bastante visual. A conexão entre os conceitos da Web e da Internet das Coisas é bem simples: a Web foi um dos primeiros mecanismos de coleta e distribuição de dados da história da humanidade, seguida pelos dispositivos móveis. Com a possibilidade comercial de conectar objetos à Internet, a Web desponta como a plataforma para integração entre esses objetos porque é construída sobre padrões abertos. Assim Yaso mostrou vídeos que já tem mais de 20 anos de existência com conceitos de Internet das Coisas, contrapondo à vídeos de aplicativos construídos sobre o conceito de Internet/Web das coisas que são atuais e estão sendo comercializados.

O primeiro vídeo foi um trecho do filme “De Volta para o Futuro” onde a família McFly? aparece utilizando várias tecnologias semelhantes às que conhecemos hoje em dia. Google Glass e outros produtos citados pelos alunos, embora o uso de desumidificadores ainda não esteja difundido…O segundo vídeo mostrou um trecho de “Minority Report”. O filme, que é um clássico obrigatório do cinema de ficção, mostra carros automáticos, que funcionam em estradas conectadas. Carros que dirigem sozinhos e estradas que conversam com carros. Tudo isso já é possível e vários carros com o conceito “driverless” já estão em fase de testes. Carros do Google ou o Audi A7 são exemplos dessa tecnologia já sendo aplicada.

O terceiro vídeo, um mini episódio de uma animação do famoso personagem “Dick Tracy, mostra a ideia da computação vestível conectada. Dick Tracy, um detetive criado a em 1931, já portava dispositivos inteligentes, como relógios e outros apetrechos que estão sendo comercializados hoje.

O quarto vídeo, um trecho de “In Time”, mostra uma sociedade onde os humanos pagariam pelo tempo de vida, calculado pela quantidade de dinheiro que tivessem. Assim, pobres viveriam menos que ricos. O filme mostra uma realidade que já é possível: calcular o seu tempo de vida. A ideia aqui foi mostrar que aplicativos, como o Ignite já são capazes de calcular o tempo de vida que uma pessoa tem baseada em seus hábitos de vida. A reflexão sobre a guarda e distribuição dessas informações é algo que precisa ser levantado.

O quinto vídeo, que foi mostrado também com o objetivo de levantar debates interessantes, foi um trecho de Blade Runner, outro clássico obrigatório do cinema de ficção científica, onde um humano é entrevistado por um replicante que analisa os seus dados vitais para tirar conclusões baseadas em cálculos de uma máquina. Em seguida o W3C mostrou o aplicativo PIP que, combinado com hardware específico, analisa os estados emocionais de humanos para ajudar as pessoas a viver melhor. Esta combinação de vídeos também visa levantar o debate sobre os dados pessoais, a privacidade e o perigo da desumanização das atividades sociais, assuntos cada vez mais estudados, com a emergência da Web e de novas tecnologias.

Apresentamos também o vídeo do TellSpec, uma combinação entre Internet + aplicação + hardware, feita para analisar alimentos e oferecer respostas à perguntas como: “o que estou prestes a comer é saudável?”. Por fim, mostramos o vídeo de um objeto inteligente que pode ser considerado “Wearable technology”, o Vibease, procurando mostrar que a tecnologia de coisas conectadas é parte das nossas vidas e até mesmo íntima de algumas pessoas.

A ideia da atividade foi mostrar que a Web é uma plataforma para a interação entre pessoas e coisas, ou entre pessoas e pessoas através de coisas. Como é aberta, acessível e livre de royalties, a integração entre os sistemas conectados à Internet pela Web representa, mais uma vez, o futuro.